quinta-feira, 20 de março de 2008

De 4 no Ato- Por Uarlen Becker

Aluno da Escola de Teatro da UFBA, Uarlen Becker se pronuncia


Faço parte da equipe que organiza o projeto Ato de 4 da Escola de Teatro da UFBA. Fiquei curioso em saber como tudo aquilo se processa. Participei duas vezes do Ato: a primeira quando não era da Escola, em 2003, com uma cena de Hamlet (a cena dos atores) de Shakespeare; a segunda ano passado com uma cena de O Balcão, do francês Jean Genet. Eu via aquela correria, atrasos, descontentamentos, queixas e críticas as mais diversas. Sempre achei a Sala 5 muito atraente e charmosa. Ter um espaço que comporta 70 pessoas com um espaço livre para se fazer qualquer coisa, alguns refletores, aparelho de som e público garantido e tudo isso de graça! E mais: alguns apresentaram (e apresentam) peças inteiras, que muitas vezes são grandes realizações e fazem sucesso fora da Escola sem pagar pauta! Sei que muitos se queixam da sujeira, do ar-condicionado que quebra muitas vezes, da falta de manutenção. Mas nunca ouvi alguém propor um mutirão para limpar o local, dar uma manutenção, uma cota de doação material e do próprio suor! Isso pode ter ocorrido mas eu nunca vi. Longe de mim tirar conclusões precipitadas ou julgamentos errôneos.
Mas voltando ao Ato de 4, creio que o projeto não carece de nada. Os alunos atores e principalmente diretores é que devem pensar o teatro de forma mais ambiciosa e ousada em todas as suas possibilidades. Enquanto ciência e instrumento político de modificação do ser humano e da sociedade. Será que o "politicamente correto" em seu mal sentido está tomando conta de tudo? A juventude tem medo de quê? O que se quer discutir? atualmente? O que você gostaria de dizer para a sua comunidade (comunidade real, do bairro, da cidade e da própria Escola de Teatro, não as comunidades virtuais e tolas em sua maioria do famigerado Orkut)? E a pura e simples diversão, item essencial ao teatro, segundo os grandes gênios dessa arte milenar? E o compromisso e a seriedade com as coisas? Não se pode fazer teatro como você assiste TV na sala de sua casa, inteiramente a vontade! Ou pode? Alguns, da turma da relativização das coisas, dirão que pode, que tudo é relativo. Mas relativizar demais não é ficar sobre o muro, carecer de opinião, vestir alguma camisa, defender uma idéia? Ou será que ficar em cima do muro é defender uma idéia?
O que tenho visto é uma mornidão excessiva! Sempre a velha tentativa de acertar, mas sem levar em consideração a platéia. O público é o principal alvo de todo e qualquer espetáculo de teatro. Sem ele não existe teatro, apenas uma punheta egoísta e solipsista. Aquele espaço da Sala 5 é dos alunos, e o Ato de 4 um projeto de experimentação da inúmeras possibilidade contidas na cena. E a velha e boa dramaturgia? Jaz esquecida em algum lugar? E a nova dramaturgia, tripartida, sem fórmulas e na qual tudo pode naquele que a fortalece, será que já perdeu o gás? Creio que não! Todos em busca de fórmulas prontas. Ninguém quer suar a camisa com pesquisa, ensaios exaustivos, um olhar profundo sobre a sociedade que nos cerca e sobre o público da Escola, da Sala 5 e do Ato de 4! Vi muita coisa bacana no Ato de 4; também vi muita cena equivocada. Mas isso faz parte do projeto que se quer experimental, não para projetos acabados e obras primas!
Um dos maiores equívocos é fazer uma cena legal, ser aplaudido (a) e pensar que é a Sarah Benhardt ou o Paulo Autran. Até porque eles já morreram; e o Paulo Autran não pensava que era o Paaaaaulo Autran! Façamos cenas de nossas montagens no Ato, como forma de teste, de ensaio aberto. Não é assim que fa o Peter Brook, um dos maiores encenadores que o teatro já viu? Quantos professores inscreveram cenas no projeto? É proibido? Gritemos aos diretores de fora da Escola. Que tal colocar uma cena no Ato? Enobrecer a proposta com o brilho de seu nome e de sua história? Vamos perguntar se a Aninha Franco não gostaria de escrever uma cena para alguém apresentar no Ato? Vamos indagar o Fernando Guerreiro se ele não gostaria de disponibilizar uma cena de suas deliciosas comédias para o Ato? E a Companhia de Teatro dos Novos? Não poderiam inscrever uma cena? Que tal um mês inteirinho com cenas do módulo I de direção e interpretação como forma de avaliação final sob a coordenação do Marfuz e da Iami? Será que estou sendo ingênuo? Ou o nosso tempo é mesmo o da indiferença e da exacerbada individualidade? Ao invés de apenas criticar, façamos algo para erguer, resgatar, melhorar, desatar os nós da preguiça e da ignorância mental, artística e cidadã.


Texto publicado no blog: http://www.uarlen.blogspot.com/



O que é Ato de 4?
Todo mês, 4 cenas diferentes são apresentadas ao público. Os Alunos da Escola de Teatro da UFBA, dirigem, atuam eproduzem suas cenas, tendo no Ato um espaço deexposição e experimentação. Venha conferir!
O Ato está em cartaz, sempre às segundas feiras,começando às 19 horas na Escola de teatro da UFBA.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Atuar Música- O Ato recebe alunos da escola de música da UFBA, CONFIRA

O Projeto Atuar Música nasceu da minha cabeça juntamente com o músico João Weber. De quase-formação teatral, fiz parte de grupos de teatro, até decidir investir no canto. Eu sempre gostei muito de cantar, e vejo que essas duas artes (teatro e música) guardam entre si imensas analogias e similaridades principalmente para um cantor. Trabalhar a interpretação e o sentimento dentro da música sempre foi o meu desejo, e pude através do Atuar Música aflorar essa pesquisa. Pesquisando sobre performance e happening, vi nascer em mim, vontade de trabalhar o inesperado, como uma interpretação sempre momentânea, não sendo radical nem deixando determinado o que fazer ao cantar uma música. Isso diz respeito à emoção que aflora no instante do agora (coisas aprendidas no curso de clown) e, além disso, a questão da multi-linguagem como já citada. Tenho uma banda com o músico João Weber, Danilo Figueiredo, Fabrício Dalla Vechia e Thiago Brandão. Tem o nome de Natuerê e obviamente como cantor, continuo exercitando a prática da interpretação, que transcende a técnica vocal e pesquisa possibilidades também corporais de expressividade. Tenho como referências o trabalho de cantores que exercitaram isso e posso citar Elis Regina, Ney Matogrosso, e alguns outros ídolos.
Thiago Pondé
Espero que gostem do trabalho e aceito sugestões peloe-mail: thiagoponde851@hotmail.com

terça-feira, 18 de março de 2008

Alan Miranda no Ato de 4


Alan,o Miranda, um dos talentos mais versáteis da escola de teatro da UFBA, é atração no Ato de Quatro desse mês com a cena “Razão do Love”.
As pessoas que o conhecem sabem, Alan Miranda não nega trabalho, e seu currículo mostra bem isso. Sua dedicação ao teatro acabou lhe custando alguns empregos, ele decidiu então dedicar-se exclusivamente ao fazer teatral, e declara que fez a escolha certa. Alan já fazia teatro aos 12 anos “como quem brincava de bola”, aos 22 entrou para um grupo de teatro amador e logo começou a trabalhar com teatro empresa e educativo. Em 1999 ingressou na escola de teatro, ainda no curso de Licenciatura. Atualmente com 32 anos, cursa o terceiro semestre de direção teatral pela UFBA e de começa sua graduação em letras pela UNEB.Sua estréia no circuito profissional foi como ator, na adaptação do romance de Jorge Amado, Capitães da Areia (2002), na Companhia Baiana de Patifaria. Meio a outros projetos, deu início ao grupo Donzelos Anônimos, onde mescla música, humor e teatro em apresentações lotadas, algumas delas no Ato de Quatro de 2007. Sua última peça no circuito profissional foi o sucesso “Vixe Maria, Deus e o Diabo na Bahia”, com a direção de Fernando Guerreiro. Sua atividade como cronista também lhe rendeu muitos frutos, hoje ele escreve em média para 35 mil leitores via internet, para várias partes do mundo. A maioria de suas crônicas, como “Razão do Love” e “O consultório” ganharam versões para o teatro, sendo que sua peça mais recente “O otário que sonhava acordado”, está com estréia marcada para dia 10 de maio no teatro SESI-Rio Vermelho, com direção de Pedro Henriques.O ex-membro do Ato de Quatro, assistiu a muitas cenas que passaram pelo projeto e diz “Tivemos muitas cenas maravilhosas, assim como tivemos cenas ruins, mas é esse o propósito do Ato, permitir a experimentação, aprender com erros e acertos, não há como fugir disso. Fazer teatro é muito difícil e como diz Marcos Barbosa “no papel cabe-se qualquer coisa”, mas convencer e dialogar com o público é mais complicado, teatro não tem fórmula pronta e sem experimentação o artista fica no meio do caminho.”Com tantas atividades ao mesmo tempo, Alan promete não deixar de ir as aulas e ainda tem mais planos para o futuro, entre eles escrever um livro sobre seu tema preferido, o amor, e também ministrar um curso para iniciantes em teatro, ele convida os interessados a se juntarem a ele.

Confira os Links de Alan:
BLOG http://www.alanmiranda.blogger.com.br/
DONZELOS ANÔNIMOS:

sábado, 8 de março de 2008

PROGRAMAÇÃO ATO DE 4


CLICK NA IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA
Ato de 4 reinicia suas atividades no mês de Março, trazendo novas cenas de alunos da Escola de Teatro UFBA. Assista e comente, faça a sua crítica.

COMO FUNCIONA O ATO DE 4?


Todo mês, 4 cenas diferentes são apresentadas ao público. Os Alunos da Escola de Teatro da UFBA, dirigem, atuam e produzem suas cenas e utilizam o ato como um espaço de exposição e experimentação. Cada cena deve durar o tempo máximo de 15 minutos, independente do gênero a ser apresentado. O ato está em cartaz, sempre às segundas feiras, começando às 19 horas na Escola de teatro da UFBA. Salvador, Bahia.